quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Uma Rosa com Amor para o público


A grande beleza de Uma Rosa com Amor é a simplicidade. A trama de Tiago Santiago é realmente como uma rosa: delicada, sensível, colorida e capaz de levar a pessoa do riso à lágrima sem perder o encanto. O remake da obra clássica de Vicente Sesso conseguiu respeitar o “espírito” da criação original e, ao mesmo tempo, ser moderna e ter uma identidade própria. Resultado da eficiência de Tiago Santiago. Infelizmente a novela não teve a audiência esperada (e merecida), mas conquistou um público muito fiel e participativo, que se deliciou com a conturbada história de amor da humilde Serafina Rosa (Carla Marins) com o milionário francês Claude Antoine Geraldy (Cláudio Lins). Você sabe que impliquei bastante, nos primeiros capítulos, com o sotaque que Cláudio criou para seu personagem, mas ele conseguiu dosar os excessos e deu a credibilidade que Claude precisava.
 
Sua parceria com Carla também deu muito certo. Excelente atriz, ela soube como impedir que Serafina caísse no lugar-comum da mocinha romântica, que apenas sofre e não reage. A protagonista comeu o pão que o diabo amassou, mas não abaixou a cabeça para a arrogância da vilã Nara. Mônica Carvalho começou a novela meio caricata, mas – assim como Cláudio -  acertou os ponteiros da megera.
 
No elenco, destaque também para os veteranos Betty Faria, Edney Giovenazzi, Jussara Freire, Carlo Briani, Nilton Bicudo, Etty Fraser e Clarisse Abujamra.
Adorei especialmente rever Lúcia Alves, um ícone da minha adolescência. Lúcia enfrentou uma intempérie durante a novela, mas superou os problemas e espero que ela não fique tanto tempo longe do ar novamente.
Acho que vou arrumar alguma encrenca já que não entendi até agora por que Toni Garrido fez tanto sucesso como Frazão. Achei sua interpretação sem brilho e coloco o dublê de cantor, ator e apresentador entre os pontos negativos de Uma Rosa com Amor, junto com Luciana Vendramini e Maria Cláudia. Esta última, então, era a imagem da inexpressividade. Muito triste. Mas faço um afago nos competentes Rubens Caribe, Renato Scarpin, Joana Limaverde e Daniel Uemura.
Outra derrapada foi a desnecessária história do fantasma que revelou ao menino Joãozinho (João Pedro Carvalho) a existência de um tesouro escondido no cortiço. Totalmente desnecessário! A subtrama não ornou com  todo o resto e, no fim, ficou parecendo uma novela dentro da novela. Sei que o autor queria deixar sua marca registrada – e o realismo fantástico é uma delas – na adaptação, mas não precisava. Ele já estava realizando um ótimo trabalho antes de apelar para essa bobagem! Mas Uma Rosa com Amor é motivo de orgulho para todos que participaram dessa simpaticíssima produção.
publicado na íntegra e originalmente por Jorge Brasil da CONTIGO!

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